FPF está melhorando ? Acompanhe !!!
Não é de hoje e nem segredo pra ninguém que a Federação Paranaense de Futebol tem pouca representatividade no cenário nacional, também não é segredo que a FPF há muito tempo é desorganizada, se é que um dia foi. Tudo isso trouxe imensas perdas e dívidas pra Federação, chegando ao ponto em que a FPF teve de leiloar seu patrimônio, sua própria sede.
Como acredito que o assunto é de extrema relevância, peço licença a competente Nadja Mauad para transmitir por aqui a íntegra da entrevista que publicou em seu Blog. Segue abaixo uma exclusiva com Hélio Cury, presidente da FPF.
A Federação Paranaense de Futebol se
prepara para a centésima edição do Campeonato Estadual. Nos últimos dias, a
entidade anunciou oficialmente a fórmula de disputa. Logo após a entrevista
coletiva, sentei para conversar com o presidente da FPF, Helio Cury. Entre os
assuntos? Situação financeira da FPF, Onaireves Moura, Pinheirão, times
alternativos (B ou sub- 23) no Paranaense 2014, a imagem da entidade, a vontade
de se candidatar à reeleição em 2015.
Confira:
Situação
da Federação Paranaense de Futebol
Nós pegamos a Federação no final de
2007 com uma liminar, depois tivemos a eleição em abril de 2008, ganhamos e
viemos administrando problemas de dívidas trabalhista, cíveis, tributárias e
processos criminais. São mais de 200 processos e, no momento oportuno, vamos
divulgar isso. Trabalhistas tínhamos quase 70, hoje temos 20. As coisas estão
se resolvendo. São processos longos, complicados, e a nossa Justiça, temos que
ser claros, é devagar.
Um dos grandes exemplos da forma como
trabalhamos foi quando chegamos na Federação e tinham leiloado o Pinheirão por
11 milhões e 200 mil reais, e já tinha sido feito. Estava consumado e
conseguimos, depois de dois anos, cancelar provando que o valor estava fora de
mercado.
Quatro anos depois, fomos segurando,
evitando leilões, pegando avaliações de 41 milhões, 45 milhões, 54 milhões e
conseguimos por último uma avaliação de 69 milhões. Até teve momentos que
federações como a Gaúcha e Carioca me emprestaram dinheiro para fechar a conta.
Mas depois dessa avaliação conseguimos
leiloar por 57 milhões, o que significa que em quatro anos trocar 11 milhões
por 57 milhões é um valor palpável. Com isso estamos conseguindo negociar uma
parte das dívidas com governo federal, municipal e o Atlético. Estamos em
discussão, avaliação de valores. O clube faz uma, o governo outra, nós outra, e
o poder judiciário faz uma pra definir como está o quadro.
Se tudo ocorrer como nós estamos
pensando, na metade do ano que vem vamos ter um quadro muito mais claro de como
está a Federação Paranaense de Futebol. Mas vale destacar, pagamos 15 milhões
de dívidas em quatro anos sem mexer em nada, mantendo a Federação em dia, o que
já é um grande avanço pela situação.
O que nós temos de bom hoje é que o
nome da federação está limpo novamente. Podemos mexer com conta bancária, e
assim o quadro passa a começar a ser outro. Lógico que a federação tem que se
fortalecer para poder fortalecer os clubes. Hoje não temos condições de dar um
apoio maior, ou financeiro, porque não temos da onde tirar. Toda hora aparece
uma trabalhista que não espera nem 15 dias, temos que resolver na hora. Mas
isso tudo em momento oportuno vamos divulgar para o Paraná inteiro saber o que
foi feito no futebol paranaense, tem coisas que ninguém sonha.
Obs: Ao
Atlético a dívida gira em torno dos 15 milhões de reais. Ao INSS cerca de 40
milhões e a Prefeitura, 8 milhões.
Dinheiro
do Pinheirão
Quando o Pinheirão foi leiloado por
57 milhões, o dinheiro ficou em juízo. O juiz determinou e desmembrou esse
valor para cada situação (trabalhistas, INSS, etc). Enquanto não fechar essa
conta, não posso saber se vou ficar devendo, se tem sobra, ou se empata, porque
está tudo em discussão.
O Governo calculou um valor x, nós
discordamos que aquele juro não pode, ou que já foi pago, por exemplo. Então temos
que chegar a um valor exato para as duas partes e passar o dinheiro para quem
devemos – que repito são: governo federal, municipal, Atlético e também um
credor privado.
Obs: O Pinheirão foi arrematado por
57,5 milhões de reais pela empresa JD Agricultura e Participações Sociais.
A
Federação é sempre fortemente criticada. Como o senhor vê essa situação. Acha injusta?
Eu acho que sim pelo seguinte: as
pessoas não sabem o que está acontecendo. O brasileiro tem a cultura de escutar
um lado e não os dois. Quando escutarem os dois lados, vão ver a realidade dos
fatos. Agora não, qualquer um que fala na esquina que aquilo é uma formiga,
alguém já aumenta para uma cobra e quando chega lá na frente, já está um
elefante. Tudo depende do interesse. Só que a realidade não aparece e eu também
não tenho a obrigação e não devo, pelos meus princípios, correr para a imprensa
toda vez que resolvo algo, não é meu papel.
Um exemplo disso é que no ano
passando quando vi a dificuldade dos clubes menores no final do Campeonato, fui
lá e vi que tínhamos um dinheiro. Por isso, nas últimas três rodadas, paguei
toda a arbitragem. Deu quase 200 mil reais. Ninguém soube disso e também não
tem muito que falar. Mas senti que dava para ajudar e essa é a função da
federação. A federação não tem fins lucrativos, então quando tem uma receita,
tem que investir no próprio futebol. Temos certeza que em 2015 teremos uma
condição melhor para ajudar os clubes.
Eu tenho conversado com muita gente,
pessoas que não são ligadas a mim, e eles têm elogiado, dado parabéns, dizem
que estamos colocando as coisas no seu devido lugar. Mas essas pessoas não são
como nós, que vivem no esporte. Lógico que com algumas pessoas mantenho
distância até para não parecer que estou privilegiando A ou B, isso é uma coisa
que acabamos na federação. Não sai informação lá para dizer que o cara é santo
quando ele não é santo.
Estamos agora desfiliando 60
filiados, 12 clubes profissionais. Está uma guerra total, mas não cumpriram o
regulamento e o estatuto. Aí liga o político, tentando dar um jeitinho, mas não
tem privilégio para ninguém. Muita gente fica insatisfeita. A Federação tem 20
anos de um desgaste da gestão Moura (Onaireves). 20 anos de um ex-presidente
que deixou um histórico no Brasil. Mas posso falar com tranquilidade, porque
viajo bastante pelo Brasil inteiro e falam que mudou muita coisa, que não se
ouve mais nada ruim.
Falam tanto do nosso futebol, mas
estamos decidindo pela terceira vez seguida a Copa do Brasil e as pessoas
continuam criticando. Falta mais paixão, mais valorização. Lógico que temos
problemas, que outros lugares não têm. Temos um Sudoeste que o gaúcho tem uma
forte influência, o Norte do Paraná, onde a tendência é para o Paulista,
sabemos disso. Então falta um pouco de paixão, de valorização, parece que
estamos errados e fora daqui estão todos certos. Falam que não temos
representatividade, mas o que é isso? Roubaram o Corinthians (na Libertadores)
dentro de casa e ficou por isso. Acontecem coisas que a gente menos
espera.
Se
arrepende de alguma forma da Federação ter se envolvido na questão estádio –
Atlético – Coritiba?
Eu fico tranquilo porque segui o que
manda o estatuto da federação e o regulamento do campeonato. A federação
poderia requisitar gratuitamente o estádio e foi o que a federação fez. Se não
faço isso, vão dizer de um lado que não cumpri o regulamento, que fui leviano.
Quando o Paraná foi rebaixado (para a
Divisão de Acesso do Paranaense), eu que sou lá de dentro, 37 anos sócio, duas
vezes conselheiro, tive que manter o calendário para começar em maio, quando
eles (Paraná) queriam começar em janeiro. Falei que só mudaria se tivesse uma
unanimidade, que não poderia prejudicar alguns para atender um. O que
aconteceu? O Paraná disputou todos os campeonatos e ninguém falou mais nada. Teve
um momento que todos falavam com a paixão dizendo que tinha que atender, mas
nós obedecemos o que a regra manda, independentemente de quem seja. Nós
aplicamos o que a lei manda e isso às vezes contraria muita gente.
Nós temos outra filosofia, e por isso
temos muito desgaste com a imprensa, os clubes, os torcedores. Mas o que tenho
na cabeça, o que planifiquei está dentro do contexto e dentro disso não saio da
linha, porque o dia que pedir para um funcionário de registro ou da tesouraria
deixar algo quieto, irregular, quebro toda a moral que tenho lá dentro. Lá
dentro ninguém tem uma atitude errada, porque sabe a atitude que vou tomar. Não
tem essa de ‘falta um documento’, ‘quebra essa’, ‘segura para mim’, isso
acabou. Tem
que ser igual para todo mundo.
Algum
receio de que mais times, além do Atlético, optem por utilizar times
“alternativos” no Paranaense?
Não. Quantos jogadores com 17, 18, 19
anos estão jogando o Brasileiro e o Campeonato Europeu? Hoje o garoto com essa
idade já é profissional, tem qualificação. Então pode ser sub-17, sub-18,
sub-23, o que quiserem falar, ou colocar. São todos atletas profissionais e
estão à disposição do clube. As pessoas têm me perguntado bastante ‘o que o
senhor vai fazer sobre isso’? E eu respondo que eu não tenho que fazer nada,
cada um sabe onde aperto o calo. Agora, todo mundo que escuto fala que o
jogador gosta de jogar, que querem vitrine, querem o bicho, vivem disso. São
artistas e querem mostrar seu trabalho.
Profissionalização
da Federação Paranaense de Futebol
Nós começamos a qualificar o pessoal.
Trouxemos pessoas para a administração, para competições, para a assessoria de
imprensa, sem fazer nenhuma loucura, claro. Estamos em um processo de
transição. Estamos pagando 27 mil reais de aluguel por mês da sede, porque
ainda está em discussão, perdemos em duas instâncias e estamos sofrendo com
isso. Esses dias perdemos 230 mil reais, assim, rápido em uma ação trabalhista,
todo dia tem um problema. Mas em um momento oportuno vamos levar a público tudo
que aconteceu. As pessoas têm que começar a observar que as coisas estão
mudando.
Quando
será esse momento oportuno de mostrar como está a situação da federação?
Eu acredito que no segundo semestre
do ano que vem já vamos conseguir mostrar como pegamos e como estamos hoje,
mostrando nomes, valores, tudo aquilo que foi feito, a limpa que fizemos no
futebol paranaense. Porque antes era um ‘você finge que paga, e eu finjo que
recebo’. Uma liga tinha campeonato com 50 clubes, com apenas 2 filiados, isso
acabou. O que eu arrumo de inimigo não é brincadeira, mas eu me propus, quando
fui eleito, que iríamos servir o futebol e não o contrário. Eu acho que nós
tínhamos 10% de seriedade e 90% de não seriedade. Hoje temos a inversão disso,
e isso valorizou o nosso campeonato.
O
senhor falou que hoje a federação paga aluguel. Pretende ter uma sede própria?
Pretendemos sim. O contrato de
aluguel vence agora em dezembro, e vamos ver o caminho que vamos tomar. Estamos
tentando encontrar um lugar. Mas nosso sonho, falando em continuar, é ter uma
sede própria com as contas em dia, esse é o nosso sonho.
O
seu mandato vai até 2015. Pretende se candidatar novamente?
Seria uma incoerência minha dizer que
não. Porque a hora que conseguir deixar a casa quase pronta, vamos ter
candidatos aos montes. Na hora ruim ninguém vem. Se eu não for candidato, pelo
menos alguém do meu seguimento. Mas a princípio pretendo me reeleger, sim.
O
senhor chegou a se candidatar para vereador. Se arrepende?
A gente sabe que quem está no futebol
tem seus problemas, seu desgaste. O meu com a imprensa é muito grande. Me
bateram até no dia da eleição, só não bateram mais porque não deu mais tempo.
Teve página inteira em jornal, falando coisas que não existiam e estou
processando e no momento oportuno vou mostrar de quem eu ganhei.
Mas seu sempre estive envolvido com
política, desde garoto. Sempre gostei de política e futebol. Quando acabou a
ditadura eu era vice-presidente do partido MDB (Movimento Democrático
Brasileiro) de Curitiba, o Eneas Faria era o presidente. Eu sempre estive na
política, sou muito ligado ao prefeito atual, fui assessor do pai dele
(Mauricio Fruet), era do mesmo grupo político. Procuro sempre estar em contato
até hoje com o governo e o município, até para ajudar todo mundo. Bola para mim
é uma paixão e política também. Só perde quem participa.
Você
citou rapidamente o ex-presidente Onaireves Moura. O senhor tem algum contato
com ele?
Graças a Deus, nenhum. Ele deixou na
federação tudo de ruim, nada de bom, nada que possa ser aproveitado e isso, se
eu tiver a oportunidade, falo na cara dele. Eu vi um radialista falando que
estão pedindo a volta do Moura no futebol amador, veja a que nível a pessoa
chega. Eu olhei para o cara e falei: ‘só se for bom para você, porque você de
certo fazia parte do esquema, agora que você tem mais espaço, mais oportunidade
fala isso´.
O Moura você vai falar de arbitragem,
dívida, onde ele se envolveu ele deixou uma marca negativa. Fala em avestruz,
tem bronca a nível nacional. O Ricardo Teixeira (ex-presidente da CBF) ficou anos
sem pisar aqui por causa das proezas que ele fazia. Essa imagem para recuperar
ainda é difícil. Já escutei muito que na federação só tinha ladrão. Mas isso
está mudando bastante e vai mudar ainda mais. Até o ano que vem vamos mostrar a
realidade dos fatos e vai ser uma surpresa muito grande para muita gente a hora
que acontecer.
Fonte: www.globoesporte.com
Esperamos pelo melhor presidente !!! Torço para que a FPF consiga pagar todas as suas dívidas, inclusive os 15 milhões que deve ao Atlético, mas torço ainda mais para que um dia eu veja uma Federação forte que tenha voz no cenário nacional e possa resolver os problemas dos nossos clubes. Federação forte representa clubes fortes, os nossos clubes, os clubes do Estado do Paraná !!!
Saudações rubro-negras !!! E que Deus abençoe a todos !!!
Leonardo Garcia Dias
E-mail: leogardias@atleticoparanaense.com
E-mail: leogardias@atleticoparanaense.com
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