Alfredo Gottardi (Caju)
Neste dia tão especial para nós Atleticanos e Atleticanas abro espaço
para um texto emocionante de um grande amigo meu, Rui Carlos Ribeiro. Creio que
o momento relatado no texto a seguir representa fielmente o que é o Atlético
para sua Torcida, algo emocionante, único, apaixonante !!!
O DIA EM QUE CAJU CHOROU
Nestes 90 anos de história, fui testemunha ocular do
dia em que nossa Majestade do Arco – Caju – chorou de tristeza.
Ele, que sempre foi o guardião da antiga Baixada, seja
no gol ou nos bastidores, chorou quando da mudança para o estádio Pinheirão.
Era uma tarde meio sombria, com um chuvisco, um dia
que o CAP estava triste, ou seja, depois de 61 anos, estávamos abandonando
nosso lar, nossa casa de muitos títulos e glórias. O destino seria incerto, uma
aventura temporária, que quase acabou com o nosso clube.
O retorno se daria 9 anos depois em 1994 através do
Presidente Farinhaque, com a remodelação da antiga baixada e neste dia CAJU
voltou a sorrir, depois desse período triste de nossa história.
Mas em relação ao fato, ou seja, o dia que Caju chorou
de tristeza, me lembro até hoje que da mudança do Atlético para o estádio do
Pinheirão, estava eu e Lanzone (motorista da Jabiraca, Sr. Silvio Sady de Souza
de saudosa memória), nos preparando para levar as últimas peças do clube,
quando nos deparamos com uma pessoa no portão principal do estádio Joaquim
Américo, fomos verificar quem estava pois nos parecia que a pessoa não se
encontrava bem, ao chegarmos perto verificamos que era o Sr. Alfredo Gottardi a
MAJESTADE DO ARCO, talvez o maior ídolo em toda história de nosso clube, o
referido estava encostado no portão chorando pela despedida do local de tantas
glórias que nos proporcionou e que nos identificou para sempre como a nossa
casa, o nosso templo.
Foi na Baixada em 1930 que Caju estreou nas balizas de
nosso clube. Em 49 foi nessa mesma baixada que ganhamos a alcunha de Furacão
moendo adversários e no qual, o próprio Caju, passava o bastão ao Laio, a
Fortaleza voadora. Em 1950, se retira em definitivo dos campos, para atuar fora
deles. Foram 620 jogos em que fez sempre o melhor pelo nosso Atlético, o único
time que atuou, dignificando nossas cores, por que dele sim, conhecemos o valor
de se vestir o manto rubro-negro, que só vestimos por amor!
Nos anos seguintes, Caju fez de tudo, se sentia dono.
A Baixada foi sua segunda casa e muitas vezes a primeira. Até tijolos assentou!
O CAP, jamais esqueceu dele, pois em 1997, batizamos o
melhor CT do Brasil com o seu nome. Centro de Treinamento Alfredo Gottardi, mais conhecido como CT do CAJU.
Mas, o dia memorável para ele (Caju), deve ter sido a
Reinauguração da Arena em 1999. Neste dia voltou a chorar, mas de uma alegria
jamais esquecida, principalmente para ele, que por anos defendeu nosso Gol, que
se fez Majestade, naquelas traves.
Em 2001 nos deixou, antes de ver o Atlético campeão
brasileiro, mas tenho certeza que as mãos de Caju, defenderam muitas bolas
naquele campeonato, mesmo estando na Baixada celeste!
A tristeza de Caju foi o fato que me marcou
muito, pelo amor que nossa Catedral/Arena desperta. A distância dela nos faz
sofrer, mas agora é diferente, estamos retornando por motivos diferentes
daquela época (uma copa do mundo) e vivemos o sacrifício nestes últimos 2 anos,
por que teremos uma Arena ainda melhor.
Termino
minha coluna, dizendo que quando de seu falecimento o mesmo foi velado já em
nossa ARENA, mas com a certeza que dali jamais iríamos sair novamente e que ele
como guardião, sempre estará atento, vigiando e zelando pelo nosso templo
sagrado.
Rui Carlos Ribeiro (Torcedor Atleticano)
*Fotos: acervo do Professor Heriberto Ivan Machado (Historiador do Atlético)
Parabéns para todos nós Atleticanos e Atleticanas !!!
Todos nós somos o Clube Atlético Paranaense !!!
#CAP90anosdePaixão
Saudações rubro-negras !!!
Que Deus te abençoe, salvando você e sua família !!!
BELO TEXTO DE AMIGO RUI BJOKAS .
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